Esqueçam a figura do banqueiro de terno, gravata, charuto, chofer ou qualquer outro adereço que ostente a riqueza de um filme antigo. Os bankers atuais não necessariamente usam paletós. Também há muitas mulheres ocupando essa posição hoje em dia.
Não raro, vão e voltam de Uber para o trabalho, exatamente para ganhar tempo falando ao celular com clientes que lhe chamam logo cedo ou tarde da noite para conversar sobre os seus investimentos. Neste artigo, gostaríamos de explicar o que é o atendimento personalizado de um banker.
Um modo fácil de entender o que faz esse profissional é lembrar das categorias de atendimento que os grandes bancos oferecem aos seus correntistas. Eles evoluem de nível, à medida que deixam em seus cuidados uma quantidade expressiva não apenas de recursos, mas também de produtos contratados (seguros, conta salário, financiamento, cartão de crédito etc.).
O atendimento mais exclusivo para uma pessoa física ou jurídica em uma grande instituição financeira costuma ser chamado de “private” ou “corporate”. Sem entrar no mérito da extrema dedicação com que os funcionários dessas áreas nos bancos tratam seus respectivos clientes, é fato que existe uma distância entre o CEO da instituição e o cliente.
Neste ponto, entra a figura do banker. Trata-se do dono ou dona de um escritório de investimento 100% independente da instituição financeira. Afinal, sua atuação não se dá como um representante do banco, mas sim como um expert de todos os ativos que aquela instituição distribui no mercado, originados ou não por ela.
Isso significa maior liberdade de produtos para oferecer às pessoas físicas e jurídicas. Implica ainda uma composição de portfólio cuja prioridade será de quem está a sua frente e não por trás do CPF cadastrado na instituição financeira.
A concorrência acirrada entre os agentes autônomos de investimento para o segmento private – ou, simplesmente, os bankers – só cresce no Brasil. Se antes, um profissional com esse perfil era um privilégio de quem tinha um patrimônio acima de R$ 10 milhões livres para investir, hoje, a pessoa física com R$ 1 milhão encontra as portas abertas para receber consultoria personalizada de qualidade idêntica.
O serviço de private banking, banker, personal banker ou qualquer outro nome que remeta ao atendimento customizado do cliente é uma atividade de quem gosta de entender a necessidade do outro. No campo dos investimentos, é preciso saber quem como está a saúde financeira da pessoa hoje, mas também ficará sua situação no futuro em virtude de determinado comportamento.
Com todas as ferramentas tecnológicas, é mandatório que o banqueiro de hoje tenha agilidade, proatividade, disponibilidade e esteja acessível em vários canais de comunicação. Isso é muito além da experiência e do conhecimento, algo que bastava pouco tempo atrás.
O banker sabe que cada investidor é único: existem perfis que entendem com maior e menor facilidade, aqueles que não querem saber de nada e os que nos perguntam detalhes de todos os produtos financeiros.
Então, a gente explica a nova realidade dos juros baixos, falamos dos ativos domésticos, internacionais, participações acionárias, venture capital, private equity, bolsa, imóveis, ativos de longo prazo. Também nos deparamos com questões delicadas como, por exemplo, o conflito entre um patriarca conservador e seus filhos que querem investir em ativos mais arrojados.
Até para quem quer operar sozinho, nós bankers somos consultados para separar valores específicos voltados a esse fim, pois, se houver um impacto negativo, isso não vai impactar o planejamento familiar.
Este é o novo banqueiro ou banker do século 21. É aquele que cuida bem do seu dinheiro, entende seu grau de exposição ao risco, constrói um planejamento financeiro da forma correta, diversifica suas aplicações para não perder oportunidades, estuda muito e, atrás da instituição financeira ou do escritório de investimentos, está a sua disposição para lhe ajudar com uma informação assertiva.